A literatura é uma só.
Não deveria importância se um livro é escrito por um homem ou por uma mulher. Deveria ter menos importância, ainda, se o livro foi escrito para um homem ou para uma mulher. Mas, então... Por que será que os livros mais recomendados e premiados são escritos por homens, sobre homens ou para os homens?
E o mais louco: nós, mulheres, lemos muito mais do que eles. Dificilmente eles leem livros escritos por mulheres e leem muito menos se a história for sobre uma mulher.
E se for sobre uma adolescente então? Jamé!!!
Embora os livros sirvam para ajudar as pessoas a se entenderem como seres humanos, não é um livro, dois ou três que vão fazer isso. E sim, a junção de todos! Não há vida suficiente para se entender a vida, não há quantidade suficiente de livros lidos para se entender a literatura.
Se os livros servem para nos proporcionar prazer enquanto lemos, tudo isso importa menos ainda: basta que seja uma história bem contada.
Então, querida leitora, se você está à procura de livros bacanas e, por coincidência, está lendo este post, ou se, pelo contrário, só quer viajar por algumas horas no mundo divertido – e, talvez, confuso – de uma jovem garota, alguma dessas cinco grandes mulheres irá te ajudar.
Raquel, Anne, Giane, Starr e Leandra: meninas vivendo num mundo maluco. Veja o mundo pelos olhos delas, você vai se surpreender.
A bolsa amarela, Lygia Bojunga
Raquel tem três desejos: ser grande, ser menino e escrever. Quer ser grande, porque criança nunca é ouvida, nunca é respeitada. Quer ser menino porque eles são livres e podem fazer o que quiserem. E as meninas não. E as vontades da Raquel ficam aparecendo por aí, ela precisa escondê-las. Um dia ela ganha uma bolsa e guarda lá as vontades. Também vai guardando outras coisas que encontra: um alfinete, um guarda-chuva, um galo... um galo?! Pois é, você só vai saber quando ler!
O diário de Anne Frank, Annelies Marie Frank
Por incrível que pareça um dos livros mais lidos, amados, compartilhados e recomendados do mundo está sendo proibido para adolescentes, porque, nele, uma adolescente conta suas dúvidas e descobertas sobre masturbação. Chega a ser simbólico: alguns pais acham mais perigoso que as filhas conheçam o próprio corpo do que conhecerem o horror de ser perseguida por pertencer ao povo judeu. Se faz tempo que você leu O Diário, é uma boa releitura para um tempo triste em que tem razão quem grita mais alto.
Crônica de uma namorada, Zelia Gattai
O único romance de Zélia Gattai, autora mais conhecida por suas memórias. Nele conhecemos a jovem Geane e o seu dia a dia. As relações com os garotos, a descoberta da sexualidade, a morte da mãe. Um livro singelo sobre a vida comum de uma menina comum. Para lembrar da nossa própria crônica de namorada.
O ódio que você semeia, Angie Thomas
Starr e seu amigo Khalil são parados por um policial e, durante a abordagem, seu amigo de infância é morto de uma forma absurda... e comum. Starr é vítima, testemunha e denunciante de um crime que é repetido cotidianamente nos EUA e no Brasil. Com ela nós podemos entender um pouco mais sobre como é angustiante viver quando não se tem certeza sobre a própria segurança.
Histórias de minha morte, Maya Falks
Leandra, de repente, se vê naquela situação que todo mundo tem medo de se ver um dia: morta. O corpo dela está ali, no chão da cozinha, e ela não estava mais dentro dele. Leandra, então, começa a rever os piores momentos de sua vida e tudo pelo que ela passou vai deixar marcas nela e em nós. Algumas das melhores páginas fazem a gente rir e outras, chorar. Mas você não vai largar o livro.